
David Stark
Consulting Director & Practice Leader of Enterprise Risk Services
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United Kingdom
Os últimos poucos anos foram difíceis para as organizações, mas foram aprendidas lições importantes. Está mais evidente do que nunca que a resiliência do negócio é intrinsicamente vinculada à saúde e ao bem-estar da força de trabalho.
Agora, o teste para as empresas é usar essa aprendizagem e realizar mudanças gerais na forma pela qual operam, em vez de regredir à ideia de operar “a empresa conforme o habitual”. Com a crise econômica global e a guerra continuada por talentos, os colaboradores esperam mais de suas organizações.
As consequências de nos enganarmos são significativas, como comprovado por nosso Relatório Risco das Pessoas. Constatamos que os maiores riscos enfrentados pelas empresas são eventos de cibersegurança e privacidade, administrativos e fiduciários, e catastróficos da vida pessoal.
As empresas devem se perguntar: “Podemos oferecer às pessoas mais segurança, flexibilidade e saúde melhor enquanto também enfrentamos os desafios da empresa de baixar os custos, passar pela interrupção operacional e aumentar a liquidez?”
A resposta é SIM, mas somente para aquelas organizações que acertam no básico e asseguram ter instaladas práticas sólidas de ERM.
Além disso, a pesquisa conduzida pela Marsh em 2021 sobre informações de risco, publicada nos Relatórios e Contas Anuais pelas organizações listadas no FTSE100, Euronext, NYSE e HKSE, sugere que existe uma necessidade de se aumentar o foco nos riscos ambientais, sociais e de governança (ESG) em muitas organizações. Os resultados indicam uma concentração por todas as trocas no aspecto ambiental da avaliação de ESG e menos atenção às suas facetas sociais e de governança. É importante que as estratégias das empresas para mitigar os riscos de ESG levem em conta os aspectos sociais e de governança, bem como os fatores ambientais, visando assegurar seu valor e resiliência no logo prazo.
Uma parte importante de tudo isso é construir confiança entre colaboradores e muitas das partes interessadas, inclusive clientes. Nossa ampla pesquisa mostra que as respostas do empregador durante a pandemia causou impacto no sentimento do quadro de pessoal. Em uma era de conscientização intensificada dos problemas de ESG, as empresas devem trabalhar com afinco para obter a confiança de colaboradores, clientes, investidores e reguladores.
A complexidade organizacional é um grande obstáculo para todo pilar do risco das pessoas. Com o crescimento continuado das empresas e as ameaças presentes por áreas de trabalho tradicionalmente isoladas, as organizações estão lutando para definir quem é responsável por reconhecer um esforço de mitigação específico, assim gerando lacunas na abordagem adequada dos riscos iminentes.
Gerentes de RH e gestores de risco devem, portanto, trabalhar juntos. Por sorte, a pesquisa do Relatório Risco das Pessoas de 2022 mostra um sólido alinhamento entre esses grupos quando se trata dos principais problemas enfrentados pelas empresas. Agora, as organizações devem capitalizar isso e continuar a analisar os silos para ainda melhorar a colaboração na identificação de riscos e na sua mitigação.
As dificuldades que modificam os comportamentos pessoais também são identificadas como um obstáculo importante. Por isso, é de extrema importância desenvolver uma cultura de ERM. A cultura de risco é construída em uma base de valores, atitudes e comportamentos organizacionais compartilhados, com liderança visível e confiável sustentada por responsabilidades e ações partilhadas por todos os membros do quadro de pessoal. Os riscos apresentam ameaças e oportunidades, de modo que é necessária uma abordagem multidisciplinar, planejada e bem coordenada para assegurar medidas eficazes que mitiguem ameaças e obtenham oportunidades.
Nosso relatório “A Era da Adaptabilidade” indica que 88% das equipes de RH perceberam maior envolvimento nos benefícios por parte do conjunto de executivos. Gestores de risco e equipes de RH, então, devem levar sua aprendizagem para o próximo nível.
Isso significa desenvolver abordagens mais planejadas para ouvir os colaboradores, uma conexão mais firme entre benefícios e objetivos comerciais, e uma gestão de custo criteriosa voltada para o valor e as estratégias de benefício plurianuais. Algumas são valores e culturas ajustados para promover a liderança centrada no homem, a justiça e o propósito. Com o crescimento da ESG, muitas organizações estão buscando construir uma cultura de pessoas sustentável, inclusive proporcionando bem-estar total. Neste cenário, será mais desafiador fazer cortes nos benefícios, como muitas fizeram no passado, para manter os orçamentos de benefícios financeiramente viáveis. Daí, é necessário que se faça uma gestão de custos em vez de um deslocamento de custos para os colaboradores; por exemplo, guiando os colaboradores pela concepção do plano para pontos de atendimento de qualidade superior para reduzir complicações, ou usando os cuidados virtuais quando apropriado.
Para que os profissionais de RH ou de risco apenas comecem a se familiarizar com a disciplina de sua contraparte respectiva de RH ou de risco, temos aqui alguns tópicos de conversação possíveis para dar início sobre as oportunidades de identificação.
Todos os dez principais riscos identificados por gestores de risco/gerentes de RH globalmente são mitigados por benefícios do colaborador e por outros programas de suporte (ou como estes são concebidos e oferecidos). As empresas devem certificar-se de ter os suportes certos instalados e que estes estejam sendo oferecidos de forma adequada. Uma abordagem de ERM pode ser aplicada a todos os riscos das pessoas para construir resiliência e agilidade organizacionais.
Consulting Director & Practice Leader of Enterprise Risk Services
United Kingdom
Sales Leader, Continental Europe, Mercer Marsh Benefits
Austria