Marjorie Leite
Environmental and Emerging Risks Consultant at Marsh LAC
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Brazil
Mesmo assim, os incidentes ainda acontecem com frequência – e vão muito além dos rompimentos de barragens amplamente noticiados pela mídia.
Os impactos ambientais e sociais recorrentes da atividade mineradora são causados geralmente pelo aumento da turbidez e variação da qualidade e acidez da água, contaminação do solo e da água com metais pesados, redução do oxigênio dissolvido nos ecossistemas aquáticos, assoreamento de rios, poluição do ar, extinção da flora e fauna local. Tudo isso tem um grande impacto na saúde e qualidade de vida da população local.
Por exemplo: no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a extração de lítio tem causado desmatamento, alteração de cursos d'água e aumento de problemas respiratórios. A comunidade indígena Pankararu, uma das mais afetadas, denuncia também o aumento da violência na região, devido ao fluxo de pessoas atraídas pela mineração.
Adotar uma abordagem de gerenciamento de riscos proativa, focada em princípios ESG, permite identificar a extensão das ameaças com precisão, priorizar e mitigar esses riscos, minimizando o impacto sobre o desempenho, a reputação da empresa e oportunidades de investimento futuras.
Os critérios que examinam o impacto de uma empresa de mineração na natureza visam construir uma estratégia comercial sustentável e estendem-se às atividades de pós-produção durante a reabilitação da área. Os fatores geralmente incluem:
Conforme aumenta a demanda por exploração, mineração e processamento de matérias-primas críticas para a transição de energia limpa, as empresas de mineração irão se deparar com a oportunidade de integrar e aprimorar suas políticas ambientais em alinhamento com iniciativas globais.
Os critérios que examinam como uma empresa trata e valoriza seus funcionários e a comunidade em geral podem incluir:
Os critérios que avaliam as práticas de Governança Corporativa de uma empresa têm foco na estrutura da diretoria, em particular sobre diversidade da alta liderança, qualidade da auditoria, transparência e o relacionamento da empresa com os órgãos governamentais e reguladores, bem como com ONGs.
ESG e sustentabilidade são áreas amplas e complexas, o que torna difícil saber o que priorizar. Na Marsh, trabalhamos o seguinte percurso de questionamentos iniciais com nossos clientes:
1. Como nossa maturidade em clima e outros aspectos relacionados com ESG se compara aos pares e/ou aos requisitos de divulgação obrigatória ou opcional? O que precisamos fazer para atender aos requisitos de relatórios?
2. Como a mudança climática impacta nossos ativos e cadeia de suprimentos? Como nossa exposição ao risco físico pode mudar ao longo do tempo?
3. Como a transição para uma economia de baixo carbono afetará nossas operações e qual é o impacto financeiro esperado? Como os resultados – por exemplo, uma mudança na demanda por commodities ou a necessidade de práticas mais sustentáveis – influenciarão nossa estratégia?
4. Como podemos implementar o planejamento de risco e resiliência climática na estratégia da organização?
5. Qual é o impacto das mudanças climáticas no mercado de seguros e como isso pode afetar nossa organização?