21 Julho 2021
- Maioria dos benefícios inclusivos são para público LGBTQIA+, além de considerar demandas relacionadas à gênero, raças e etnias;
- Já entre os benefícios flexíveis estão os auxílios financeiros, educação, vale cultura, escolha entre vale combustível, alimentação ou refeição, planos de previdência privada, assistência odontológica, seguros de vida e assistência médica;
- Para 80% dos profissionais de RH, estratégia é reter talentos, aumentar a percepção de valor dos benefícios e atender as necessidades que surgiram desde o início da pandemia.
O cenário pandêmico está moldando as estratégias de benefícios das empresas brasileiras para os seus funcionários e mais RHs decidiram implantar, neste ano, benefícios flexíveis – os próprios colaboradores escolhem aqueles que fazem mais sentido para as suas necessidades e momentos da vida. Segundo a 30ª Pesquisa de Benefícios Corporativos da consultoria Mercer Marsh Benefícios, subiu de 17% em 2019 para 48% neste ano o total daquelas que vão incluir nas políticas de RH esse modelo.
Para mais de 80% delas, a estratégia é reter talentos, aumentar a percepção de valor dos benefícios, atender a diversidade da empresa e as necessidades que surgiram desde o início da pandemia. Outras 78% também miram na atração de talentos.
Existem empresas que estão flexibilizando alguns benefícios como os auxílios financeiros de refeição, alimentação e combustível e outras empresas que estão seguindo o caminho de flexibilizar a maior parte do pacote de benefícios com a implantação de um sistema robusto de benefícios flexíveis por meio de um desenho de pontos tanto para os benefícios seguráveis como assistência medica, seguro de vida, plano odontológico e os não seguráveis, auxílios financeiros, previdência privada, entre outros
“A pandemia acelerou as práticas de benefícios flexíveis e está direcionando as empresas para uma oferta diversificada e personalizada, principalmente neste momento em que a maioria das pessoas deixaram de estar fisicamente nos escritórios”, explica Mariana Dias Lucon, diretora de produtos e consultoria da Mercer Marsh Benefícios™. “É preciso inovar para atender as diferentes fases da vida, projetos individuais e proporcionar maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal”, complementa.
Benefícios inclusivos
Outra estratégia dos RHs são os benefícios inclusivos. Mais da metade (58%) das empresas já implantaram benefícios para atender a diversidade de trabalhadores.
Entre os principais benefícios oferecidos por elas, 44% são exclusivos para PCDs, 38% estão relacionados a gênero, 36% a raças e etnias, 35% ao público LGBTQIA+, 20% a gerações e 19% estão direcionados às questões de cultura/estrangeiros.
A pesquisa também identificou que 43% das empregadoras concedem licença maternidade e paternidade para adoção (válido para casais hetero ou homoafetivos) e 10% das empresas oferecem apoio jurídico ou social para as adoções.
O estudo ainda indica que 14% têm programas especiais para grupos com base na raça ou etnia.
“A população é cada vez mais diversa e isso se reflete nos números do contingente atuante no mercado de trabalho. Por isso, é importante lembrar que os pacotes de benefícios tradicionais não atendem a todas as necessidades da organização com cultura e diversidade. Desta forma, é preciso pensar nas minorias, que representam uma parte expressiva da força de trabalho”, afirma a consultora.
“O desafio de atender da melhor maneira estes grupos é enorme e envolve ações urgentes de mudança nos benefícios tradicionais, que não atendem à pluralidade da população nas organizações”, diz.
As constatações estão na 30ª Pesquisa de Benefícios Corporativos da consultoria com 737 grandes e médias empresas (multinacionais e nacionais atuantes em 19 setores) que empregam cerca de 1,7 mil pessoas titulares de planos de saúde coletivos empresariais. A amostra também abrange aproximadamente 1,9 mil beneficiários desses planos – cônjuge, filho, entre outros. A coleta dos dados foi realizada entre janeiro e março deste ano.