Ciclones são grandes sistemas de tempestades com ventos que podem ultrapassar os 100km/h. Os chamados extratropicais se formam em latitudes médias a altas, fora das regiões tropicais, quando as condições são propícias. É o caso do litoral Sul brasileiro.
No oceano, esse fenômeno acontece o tempo todo. No entanto, alguns ciclones seguem trajetórias incomuns, alcançando o continente e devastando áreas urbanizadas. Esse tipo de desastre vem sendo particularmente mais frequente e intenso em todo o mundo – inclusive no Brasil.
Só em setembro de 2023, a Confederação Nacional de Municípios estima que a passagem do ciclone pelo Rio Grande do Sul em setembro de 2023 tenha causado um prejuízo de pelo menos R$ 1,3 bilhão. Esse incidente não estava no radar dos riscos climáticos, afetando áreas que tradicionalmente não são consideradas de risco.
A influência das mudanças climáticas
O cenário evidencia uma alteração no padrão dos eventos climáticos e seus efeitos, impulsionada pelo aquecimento global e pelo aumento das populações e atividades econômicas em áreas vulneráveis. As mudanças climáticas podem agravar o fenômeno El Niño, que aumenta a frequência e a intensidade da corrente de ar quente e úmido do Norte para o Sul do Brasil e facilita a formação de tempestades severas, ciclones extratropicais e furacões.
Isso acontece, em média, a cada dois a sete anos, mas o aumento da temperatura média do planeta pode fazer com que o El Niño ocorra mais frequentemente. Até o fim do século 21, existe inclusive a possibilidade de que ele possa se manifestar todos os anos. Ou seja: um fenômeno até então periódico poderá se transformar em um novo padrão climático.
Como se preparar para um potencial sinistro?
O maior desafio de uma empresa afetada por um ciclone, direta ou indiretamente, é garantir a continuidade dos negócios e restabelecer a normalidade o mais rápido possível. Como não é possível medir ou prever quando e como um incidente vai impactar a operação, a preparação adequada pode fazer toda a diferença em momentos de crise.
É preciso considerar que os prejuízos potenciais vão além dos danos a propriedades – e isso exige que as empresas compreendam as fontes diretas e indiretas de danos. A avaliação de risco deve abranger as operações diretas, toda a cadeia de valor e o ambiente empresarial mais amplo.
O que fazer ANTES:
1. Avalie sua exposição ao risco
Identifique e compreenda as exposições ao risco que possam impactar sua organização – e isso também inclui a previsão de impacto sobre a cadeia de suprimentos e distribuição.
2. Antecipe planos de resposta
Temos experiência em todos os setores e indústrias e podemos apoiá-lo no desenvolvimento de planos de resposta para cenários de incidentes graves.
Plano de resposta a emergências ou incidente: é focado em salvar pessoas (colaboradores ou comunidade), preservar o meio ambiente e proteger o patrimônio da empresa.
Plano de continuidade dos negócios: estabelece mecanismos para manter a operação quando o fluxo de trabalho normal é interrompido e define como operar nessas condições, provisionando os recursos necessários para recuperação de funções críticas após um desastre.
Plano de resposta à crise: prepara o corpo diretivo para a tomada de decisões estratégicas em caso de eventos de impacto significativo. Seu foco está em eventos com implicações em comunicação, reputação e imagem da empresa.
3. Providencie a manutenção de estruturas e ações de mitigação
A manutenção da propriedade e de sistemas protecionais como para-raios e SPDA (Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas), bem como ações de monitoramento e mitigação, deve ser contínua para não caracterizar agravamento de risco com consequente perda de cobertura na apólice.
4. Revise seu programa de seguros
É vital revisar o programa de seguros de uma empresa ante a ameaça de um ciclone extratropical ou outro evento climático catastrófico, pois muitos danos dessa natureza não estão cobertos em planos básicos. Analisar a apólice ajuda a entender os riscos e a contratar coberturas e indenizações adequadas, evitando prejuízos financeiros substanciais.
Nossa prática de Consultoria de Risco Estratégico da Marsh Advisory pode ajudá-lo a entender melhor o cenário de risco existente e emergente para tomar decisões mais informadas na formulação de planos, processos e procedimentos para superar eventos adversos.
O que fazer DEPOIS:
A recuperação após a passagem de um ciclone extratropical pode ser demorada – e o conhecimento prévio sobre alguns procedimentos facilitará a gestão da ocorrência e a agilidade do processo de sinistro.
1. Comunique a ocorrência à nossa equipe de gerenciamento de sinistros
À medida que os sinistros se tornam mais complexos, ajudamos a criar apresentações estratégicas para resolver os casos eficientemente e evitar custos extras. Contate-nos pelo e-mail aviso.propriedade@marsh.com, incluindo data, hora, local, danos, valor estimado do prejuízo e contato para vistoria e atendimento.
Assim que receber a comunicação, a Marsh dará toda a assistência sobre como proceder durante o processo, solicitando documentos e informações conforme evento reclamado.
2. Registre o evento através de fotos e relatório descritivo
O segurado deve comprovar que perdas e danos foram causados pelo ciclone. Para isso, é muito importante capturar provas visuais, em forma de registros fotográficos e filmagens, de
propriedades danificadas e obstruções de acesso e altura da água em caso de alagamento.
2. Adote medidas emergenciais para minimizar e mitigar prejuízos
Situações extremas dispensam a vistoria da seguradora para comprovação de danos. Portanto, a menos que haja preocupações de segurança, após os registros iniciais o segurado deve adotar medidas emergenciais capazes de minimizar e mitigar os prejuízos, viabilizando sobretudo a retomada dos negócios.
3. Identifique os problemas e estabeleça protocolos de comunicação imediata
Mantenha registros detalhados de todas as interações com seguradoras, documente ordens de autoridades e interrupções de serviço, como cortes de energia. Crie um documento de rastreamento de solicitação de informações — também conhecido como RFI — para gerenciar solicitações das equipes de ajuste das seguradoras.
Fornecemos uma abordagem colaborativa de gerenciamento de riscos que pode ajudar a proporcionar tranquilidade e vantagem competitiva, da análise de risco à gestão do sinistro.